RESENHA I
Discutindo sobre Didática
O texto a trajetória histórica da didática, de Amélia Domingues, aborda os caminhos percorridos pela Didática, desde o seu surgimento até a atualidade, nos possibilitando assim, um melhor entendimento no tocante a estrutura da referida na contemporaneidade.
Segundo a autora, a gênese da didática foi no século XVII, tendo como precursores os educadores Comênio e Ratíquio. O surgimento dessa disciplina teve uma importância singular no campo da educação, com relação aos procedimentos educacionais de ensino – aprendizagem, além do salto relevante dado pelos didatas na valorização da infância, que foi preconizada por Rousseau.
Na trajetória da didática, podemos evidenciar uma bifurcação peculiar a cerca de duas linhas, sendo elas; a linha Metodológica que tinha uma inclinação maior no tocante aos aspectos externos e objetivos do processo de ensinar. Em oposição a esta, temos a linha onde a figura do Sujeito, tem maior apreço. O desenvolvimento político, econômico, social etc. impulsionaram os rumos da educação, “exigindo” uma adequação às novas realidades, um exemplo desse momento foi a Escola Nova.
A trajetória Histórica da Didática configura-se com um texto crucial para o entendimento da Didática, sendo portanto, uma leitura necessária para os que atuam na área de educação.
No final do texto podemos observar uma desmistificação da Didática, a referida não é mais entendida como sendo apenas um paradigma a ser cumprido. Na realização de seu objetivo maior, que a explicação, a didática é confundida com outras teorias, fazendo com que muitos a vejam/entendam de forma resumida.Atualmente a didática nos oferece uma maior liberdade, possibilitando-nos um aprimoramento de nossas atividades/técnicas.
CASTRO, Amélia Domingues de. A trajetória Histórica da Didática. Série Idéias n. 11. São Paulo: FDE, 1991.
RESENHA II
Tendências Pedagógicas
No texto Tendências pedagógicas na prática escolar, temos uma abordagem de várias inclinações teóricas que permearam a história da humanidade, no tocante a compreensão e orientação da prática escolar. Entrar em discussão sobre essas tendências, permite aos professores “situar-se teoricamente sobre suas opções, articulando-se e autodefinindo-se”.
Para melhor a compreensão sobre as tendências pedagógicas, as referidas foram divididas em duas partes, tendo como critério de agrupamento a posição que cada uma adota com relação às finalidades sociais da escola. No primeiro grupo temos a pedagogia liberal (tradicional, renovada progressivista, renovada não-diretiva e tecnicista) e no segundo a pedagogia progressivista (libertadora, libertária e critico - social dos conteúdos).
A pedagogia liberal, postula a predominância da liberdade e dos interesses individuais da sociedade, estabelecendo uma forma de organização baseada na propriedade privada dos meios de produção, também denominada sociedade de classes.
A pedagogia liberal apresenta algumas manifestações, entre elas, podemos destacar a tendência tradicional, nesta o aluno é incentivado a alcançar pelos próprios méritos a sua plena realização como pessoa, valendo ressalta que o professor representa o protagonista no tocante ao processo educativo. A tendência liberal renovada postula um ensino que valorize auto-educação, ela tem a concepção de que a educação parte das necessidades e interesse individuais necessários para a adaptação ao meio, e apresenta-se em duas versões distintas; a renovada progressivista (preocupação com o social) e a renovada não-diretiva (preocupação com o psicológico). Por fim destacamos a tendência tecnicista, que prepara o alunado para fins exclusivos de mão-de-obra obra para o mercado de trabalho, nessa tendência a educação é subordinada a sociedade.
Na pedagogia progressivista podemos observar que a referida, tem como principio a análise crítica das realidades sociais, sustentando as finalidades sóciopolíticos da educação. Nessa pedagogia destacamos como suas manifestações, a tendência libertadora, a libertária e a crítico-social dos conteúdos. Nas tendências libertadora e libertária temos uma valorização da “bagagem” de experiências vividas pelos alunos, elas incentivam o trabalho em grupo e são contrarias ao autoritarismo. Já a tendência crítico-social dos conteúdos postula uma educação onde a difusão dos conteúdos é uma atividade primordial, enxerga a escola como sendo uma instrumento de mediação entre o individual e o social.
O estudo dessas pedagogias configura-se como uma ferramenta indispensável para o conhecimento dos métodos de ensino-aprendizagem que foram aplicadas ao logo da historia da educação, sendo assim, um “saber” imprescindível para todos que deseja atuar nesta área.
LUCKESI, Cipriano Carlos. Filosofia da Educação. São Paulo: Cortez, 1994 (Col. Magistério de 2° Grau)
RESENHA III
Paulo Freire e Lourenço Filho
Paulo Reglus Neves Freire e Manoel Bergström Lourenço Filho são grandes nomes da educação no Brasil, embora não atuassem em momentos iguais, ambos exerceram papéis de fundamental importância par o desenvolvimento da educação em nosso país.
Lourenço filho, nascido em 1897 no interior de São Paulo, foi um dos introdutores da Escola Nova no Brasil (movimento que considera a Educação como uma necessidade social, portanto a escola deixa de ser local de transmissão de conhecimento e torna-se uma pequena comunidade). Atuou como professor de Escolas Normais em São Paulo, foi diretor de Instrução Pública em São Paulo e no Ceará, foi presidente da Associação Brasileira de Educação e criador do Instituto Nacional de Estudos Pedagógicos (INEP), foi também colaborador de uma importante coleção da editora Melhoramentos que visava divulgar autores estrangeiros e nacionais do movimento “escolanovista”, chegando a participar da elaboração do “Manifesto dos Pioneiros da Educação”. Uma característica importante da sua obra é o caráter psicológico. Foi autor do conhecido “teste ABC” que constitui uma ferramenta imperativa para a construção de classes homogêneas através da seleção de alunos das escolas primárias.
Paulo Freire é o educador brasileiro mais discutido e estudado ao redor do mundo, sua contribuição para a educação foi substancial. Detendo-se mais na alfabetização de adultos seus postulados também foram incorporados na educação de crianças.
Natural de Pernambuco, nascido em 1921, trabalhou no movimento de renovação da Igreja católica e sempre teve uma tendência a solidariedade aos mais pobres. Na década de 1960 elabora um método revolucionário de alfabetização de adultos e mais tarde consegue, em Angicos – RN, a alfabetização de 300 trabalhadores em apenas 45 dias. Após tal feito, o Governo decide implantar um projeto de erradicação do analfabetismo no Brasil, contudo com o golpe militar essa medida foi abortada e Freire foi exilado, passando cerca de quatorze anos fora do país, mas ainda assim continuou trabalhando em programas de alfabetização na América Latina, só retornando ao Brasil por volta de 1979 – após a anistia – e retoma suas atividades, agora junto ao capo acadêmico e político.
Seus postulados encontrou a adesão de vários educadores que também passaram a enxergar o processo educativo como instrumento de intervenção social e se engajavam em projetos de transformação da sociedade contemporânea.
Paulo Freire concebia a educação como o processo de conscientização do indivíduo, portanto tal processo não poderia ficar alheio ao contexto no qual o aluno estava inserido, para tanto se utilizava de termos e assuntos inerentes ao cotidiano de seus educandos, facilitando a assimilação do conteúdo e, sobretudo instigando a capacidade crítica e de intervenção social de cada um, transformando a simples sala de aula no que e denominado “circulo de cultura” .
A intenção de todas essas medidas era contribuir com o processo de conscientização e “libertação” do oprimido pela elite, permitindo a implantação de uma sociedade harmônica destituída de dominados e dominadores, agora todos seriam co-participantes da construção social.
CORDEIRO, Jaime. Didática. 1ª Ed. 3ª reimpressão. São Paulo – SP; 2009 - Ed. Contexto.